sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Relacionamento Abusivo: como um psicólogo pode ajudar

 Nesse post eu vou falar sobre como reconhecer um relacionamento abusivo e como um psicólogo pode ajudar.

O relacionamento abusivo está muito presente em nossa sociedade. Você pode estar envolvido em um, ou ainda ter amigos e parentes nesta situação. Mas afinal, o que é e como ajudar uma vítima de relacionamento abusivo?

E como um psicólogo ou a terapia de casal pode ajudar nesta situação?

  1. Reconhecendo um relacionamento abusivo
  2. Consequências do relacionamento abusivo
  3. Como uma vítima de relacionamento abusivo se enxerga na relação?
  4. Formas de pensar e sentir de uma vítima de relacionamento abusivo
  5. De que forma reconhecer um relacionamento abusivo?
  6. Confira 6 sinais de que uma pessoa pode estar vivenciando um relacionamento abusivo
  7. Resultados de um relacionamento abusivo
  8. Como um psicólogo pode ajudar nessa situação?

Este tipo de ligação é definido por relações de poder. Basicamente, as pessoas que se vinculam a esse tipo de relação convivem e mantém uma suposta afinidade. Ao mesmo tempo, vivem uma condição de poder e submissão perante a outra.

Entendem, desta forma, que seus cônjuges detêm o direito de controle e dominação sobre si mesmas. Segundo psicólogos, há casos em que o abusador insistirá que tal comportamento é “normal”. Com isso, o abusador naturaliza a ideia de que subjugar outra pessoa será para o seu próprio “bem”.

O convencimento desta naturalização não é apenas por parte do abusador, algumas vezes acontece pela própria vítima e, muitas vezes, também das pessoas que a cercam. Neste artigo veremos como um relacionamento abusivo pode ser percebido, quais são suas consequências, como auxiliar a vítima e como um psicólogo pode ajudar.

1. Reconhecendo um relacionamento abusivo

Não é nada fácil estabelecer parâmetros para definir um relacionamento abusivo. A violência física não é a única forma de agressão. Para a psicologia, existem muitas formas de abuso que se repetem em praticamente todas as relações abusivas.

Ser vítima de um relacionamento abusivo torna a pessoa isolada, assustada, deprimida e com síndromes de medo e fobia. Um abuso não necessariamente está ligado ou se limita a um gênero, que tanto pode ser praticado por homem ou mulher. Mas, em razão das estatísticas e do machismo que existe nas estruturas sociais, a vítima é, geralmente, do sexo feminino.

No sentido mais restrito, o relacionamento abusivo se configura quando uma das partes fica impedida de responder em condições de igualdade frente a agressões e intimidações. Assim se caracteriza o abuso no momento em que uma pessoa se vale da sua posição de poder para controlar a outra.

O abuso ocorre quando essa pessoa se aproveita da fragilidade e vulnerabilidade financeira, física e emocional de outra pessoa. No entanto, o abuso não é tão evidente assim, pois, como é algo, às vezes, subjetivo, não necessariamente se sustenta em socos ou gritos. Muitas vezes, simplesmente é colocado em movimento um sistemático processo de desqualificação, manipulação e chantagem.

Desta forma, a vítima de relacionamento abusivo se converte em alguém incapaz de atuar, reagir ou decidir por ela mesma. Leia também Como manter o seu relacionamento saudável.

2. Consequências do relacionamento abusivo

Valor Consulta Psicóloga Clarissa






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Em praticamente todos os casos, o abuso deixa marcas profundas na pessoa. Um dos piores aspectos do relacionamento abusivo é que ele vai minando os recursos e as formas de reação, tornando a pessoa refém do medo.

E, muitas vezes, a vítima perde a noção da realidade, se achando culpada pela situação. Com isso, ela pode não se perceber nessa situação. Por esta razão, você deve estar atento aos sinais que mostram se você se encontra em um relacionamento abusivo.

3. Como uma vítima de relacionamento abusivo se enxerga na relação?

Provavelmente você conhece ou já conheceu alguém que passou por uma relação abusiva. Relações de poder são inerentes às estruturas sociais baseadas na dominação e violência de gênero. Qualquer pessoa poderá ser violenta ou abusada independente da sua orientação sexual, cor ou classe social.

A vítima de relacionamento abusivo é o ponto mais sensível para interromper tais relacionamentos. Isso porque ela é isolada e culpabilizada pela situação, seja por amigos e familiares, seja por si mesma. Acabar com a culpa que a pessoa sente é essencial para que ela se liberte desta ligação nociva.

Por isso, para ajudar (e se ajudar), é preciso entender como uma vítima de relacionamento abusivo se enxerga. Compreendendo as situações em que ela se encontra, a forma como ela pensa e reage, poderemos de fato ajudá-la.

4. Formas de pensar e sentir de uma vítima de relacionamento abusivo

  • Medo e Desconfiança

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Esses sentimentos se estabelecem quando a pessoa percebe a relação de abuso. Ela passa a desconfiar de si mesma e da sua própria sanidade, manifestando medo. A incerteza e a preocupação de que ela não será levada a sério por outras pessoas, até mesmo próximas a ela, é outra razão para a desconfiança.

Se for ameaçada pelo cônjuge, ou por amigos e familiares, a vítima de relacionamento abusivo dificilmente buscará ajuda, ou ainda tentará sair desta situação, dificultando seu empoderamento.

  • Naturalização

O fator cultural exerce influência considerável em ambos. Seguindo códigos sociais estabelecidos, o abuso passa a ser visto como normal, já que o ambiente externo reproduz constantemente essas situações. Essa naturalização ocorre devido a romantização de comportamentos negativos, como ciúme excessivo e disputa de poder dentro do relacionamento.

  • Vergonha e Medo da exposição

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COMO ESCOLHER O SEU PSICÓLOGO

É muito difícil revelar o que acontece na vida privada principalmente por medo de julgamentos externos. E a situação piora quando a vítima de relacionamento abusivo é do mesmo sexo que o cônjuge, devido ao preconceito social. A exposição gera um enorme desconforto psicológico em autorreconhecer e admitir que se está em um relacionamento abusivo.

Às vezes, esse sentimento reforça a culpa que a vítima de relacionamento abusivo sente, aumentando ainda mais a dependência e a ligação com o relacionamento abusivo.

  • Dependência

As relações abusivas também são baseadas na questão econômica, dependência emocional (ausência de família ou gravidez), por razões de doença ou incapacidade. A vítima é tomada por um sentimento de impotência que tende a aumentar se não houver uma intervenção.

  • Baixa Autoestima

Culpar-se ou ser culpada durante um relacionamento abusivo não apenas é comum, como também é uma das maiores causas por manter a vítima cada vez mais ligada ao abusador (a).

A permanência na relação se dá pela esperança de que um dia possa terminar o abuso mediante uma mudança de seu próprio comportamento. Isso é resultado da destruição da autoestima de quem sofre o abuso. A pessoa se sente responsável pela violência que sofre por ter uma autoestima muito baixa, tornando-a vulnerável.

5. De que forma reconhecer um relacionamento abusivo?

A maioria das pessoas, normalmente quando tomam conhecimento de algum caso de violência de casal, tem como primeira atitude julgar com preconceito a situação, e em muitos casos responsabilizar a vítima.

Além disso, muitas romantizações de atitudes nocivas (ciúmes em excesso, não dividir tarefas domésticas, o controle sobre a forma que o outro se veste etc.), acabam prejudicando o reconhecimento do relacionamento abusivo.

Outra grande dificuldade é que a sociedade apenas admite uma relação de violência quando esta se evidencia por meios de conflitos físicos. A violência psicológica é tão grave quanto a física. No entanto, ela é ignorada e muitas vezes vista como sinal de “fraqueza” da vítima de relacionamento abusivo, dificultando o reconhecimento.

Os sinais mais comuns para reconhecer o comportamento de uma pessoa agressora são: reações violentas de ciúme, chantagens emocionais, manipulação psicológica, amarras, possessividade e controle, comportamento agressivo, violência sexual, desvalorização, desrespeito com outras pessoas, jogos de poder e, evidentemente, casos de agressões físicas.

Sinais de que você está em um relacionamento abusivo

6. Confira 6 sinais de que uma pessoa pode estar vivenciando um relacionamento abusivo

  1. Medo

O medo é um sinal fácil de se identificar em um relacionamento abusivo. Ele pode parecer evidente quando a pessoa demonstra estar muito tensa na presença do companheiro/companheira. Mas, em outros casos, o medo também é bastante sutil e pode se manifestar de forma a “satisfazer” os excessos em agradar o outro.

  • Controle

Controle excessivo sobre tudo o que a vítima faz, obrigando-a a dar satisfações constantes. Em alguns casos, esse controle pode se estender a outras áreas pessoais como as finanças, estilo de vida, roupas etc.

  • Culpa

O processo abusivo faz um grande cerco de culpa ao redor da vítima. Ela é, inclusive, um dos elementos mais poderosos que faz com que a vítima permaneça no relacionamento e que o abusador tenha controle sobre ela.

Nos relacionamentos abusivos, o sentimento de culpa é quase permanente e constante. A pessoa se sente incapaz de defender as coisas que pensa e diz, em razão das críticas que recebe constantemente. Na verdade, é como se a outra pessoa tivesse a razão, sendo seu o critério que vai sancionar aquilo que é certo ou errado, levando A vítima a se sentir sempre equivocada.

  • Ameaças

A ameaça e a coação se mostram sempre presentes em um relacionamento abusivo. Nessa relação, o abusador vai obrigar o outro a fazer aquilo que não quer ou não faria. A ameaça pode ocorrer pela via da agressão física direta, ou por ameaças verbais e sutis.

  • Poder

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A EQUIPE DE PSICÓLOGOS

O agressor tem muito claro quem é detentor do poder sobre a outra pessoa. Se é a dependência econômica, as suas ameaças serão focadas nesse ponto. Se for o medo, as agressões físicas serão o foco, e assim por diante. O poder pode humilhar, avergonhar frente às demais pessoas de forma regular.

  • Indiferença

Existe, por parte do agressor, uma indiferença em relação à sua individualidade. Costuma não dar importância a seus comentários ou necessidades.

Estes 6 sinais são para quem vivencia situações de abuso, que possam identificá-los, tratando de tomar os cuidados necessários antes que esse ciclo destrutivo seja mais doloroso.

Na verdade, cedo ou tarde, a situação se tornará insuportável, mesmo que algumas pessoas acreditem que poderão se acostumar com o passar do tempo, mas a realidade e a vivência nos consultórios de psicologia mostram que não.

7. Resultados de um relacionamento abusivo

O contínuo abuso emocional e psicológico de uma relação baseada no controle e submissão gera traumas sérios. A vítima pode desenvolver problemas de autoestima, depressão, isolamento, fobia, problemas de saúde graves, entre outros.

Além disso, a violência doméstica pode gerar problemas físicos graves, com sequelas e até mesmo morte. Os filhos também são impactados, podendo trazer consequências para o resto da vida deles. Eles também podem sofrer violência física e psicológica por parte do abusador.

Entre as consequências mais comuns de um relacionamento abusivo estão a ansiedade e depressão. Em alguns sentidos, o abuso emocional pode ser mais prejudicial do que o abuso físico, já que termina por desintegrar de forma lenta a própria individualidade e valor pessoal, criando cicatrizes psicológicas por toda a vida.

É muito complexo realizar intervenção em um relacionamento abusivo. Isso porque é muito difícil que a vítima consiga se reconhecer em um. A culpa e o medo são os principais motivos para essa percepção distorcida da realidade. E se o reconhecimento da relação tóxica é difícil, a libertação dela torna-se quase impossível.

É muito importante o profissional ter acesso aos detalhes para ajudar as vítimas e assim poder atuar conforme for necessário. Em um relacionamento abusivo, a vítima será assistida para restabelecer o caminho para consertar a sua autoestima.

Romper a sequência do processo fará com que a vítima possa libertar-se das amarras condicionantes de seu estado emocional, podendo reconstruir novamente seus laços sociais e retomar o curso natural. Como um quadro altamente delicado, a ajuda de um psicólogo é essencial para a superação deste trauma.

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